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domingo, 8 de agosto de 2010

Jornais, eleições e o Meia Hora

No início de agosto, o jornal Meia Hora, famoso no Rio de Janeiro, chegou em S. Paulo. Como já adorava ler as matérias no site do Meia Hora - RJ, decidi comprar as primeiras edições de SP. Claro, adorei e continuo comprando até hoje. Todo um vocabulário popular que não se encontra no Agora SP tampouco no Estadão. O horóscopo é tão bom, que não é preciso adivinhar o que o Quiroga está escrevendo sobre seu signo. Ler um exemplar do Meia Hora é praticamente o trend topics do Twitter, até mesmo nos títulos (Dá a patinha, sua linda, por exemplo). E por que isso tem dado certo? Porque não fala de política! Além de como já comentei, ter um vocabulário fácil e popular. Os leitores do Meia Hora não querem saber se o Serra acusou pela milésima vez a Dilma de ter feito um dossiê sobre ele ou se a Dilma mais uma vez trocou os números num discurso. O povo quer saber é de comprar mais, de se divertir e claro, saber de esportes. E tudo isso o Meia Hora fornece. Afinal, quem tem paciência "jornalzão" no domingo?

Essa semana, na Folha de SP, publicaram uma pequena matéria sobre o sucesso de jornais para jovens na França. São jornais focados especificamente para pessoas entre 6 e 18 anos. E ao contrário do que vem acontecendo aos grandes jornais franceses, os "diários para jovens" vem se mantendo estáveis há 5 anos, com 150 mil assinantes Isso é SÓ a metade das vendas do Le Monde. Os assuntos destacados são diretamente focados nos interesses dos jovens - ecologia, sustentabilidade e entretenimento. Pois é claro, os jovens franceses não estão interessados em saber se o Sarkozy promete tirar a cidadania de condenados  a penas maiores de 5 anos (claro, se você se enquadra nisso, há interesse) ou se ele e a Carla Bruni vão passar as férias na Riviera Francesa. É o mesmo caso que o Brasil. Gosto de conversar sobre política, mas infelizmente, grande parte dos veículos são tendenciosos e mentirosos. Há a necessidade de discernimento. A internet nos fornece as informações necessárias para essa diferenciação. E esse é mais um fator que se faz acreditar na questão de que jornais serão eliminados do cotidiano das pessoas em alguns anos. Cada vez mais as pessoas se tornam independentes para pensar e aprendam a diferenciar as informações. Nada como uma boa educação e não apenas aprender através do seu professor de história que é da esquerda. 


Nos últimos meses, os jornais e revistas têm se fechado para o acesso online. Claro, você tem uma empresa, um jornal,  espera que isso te renda lucros, nada mais justo. Mas DIFICULTAR o acesso a matérias, não é a melhor forma de conseguir isso, principalmente se você dificulta o acesso aos seus assinantes. Mudar a arquitetura de seus portais, diagramação nos jornais, fontes e afins, é tudo muito digno, mas vi coisas que pioraram. E olha, é muito mais fácil ler as matérias na tela de um computador do que ter que sujar as mãos com tinta de jornal, ok? Portanto, grandes jornais, não fechem o conteúdo para os próprios assinantes, tá bom? E precisam interagir mais com seus leitores. Não é apenas via "Painel do Leitor" que as coisas acontecem. Peguem a dica dos jornais franceses. Twitter tá aí pra isso. 

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